O reaproveitar dos resíduos dos lagares de azeite

A indústria do azeite dispõe atualmente de soluções tecnológicas para reaproveitamento de praticamente todos os resíduos que produz, que podem ser usados para produção de biomassa e até as folhas das oliveiras podem ser canalizados para a alimentação animal.

Da produção de azeite resultam o bagaço de azeitona, os caroços, as folhas e as águas ruças que são um “problema ambiental muito complexo“, pois têm uma carga poluente 200 a 400 vezes superior ao do esgoto doméstico.

Em média, a campanha de azeitona no país produz águas ruças equivalentes ao esgoto de 2,5 milhões de pessoas.

Os processos de tratamento são, desde os menos onerosos, como lagoas de retenção e evaporação, a outros mais caros como os de tratamento biológico, térmico e físico-químico. Todos estes resíduos passaram a ser utilizados num sistema de transformação como combustível sólido como biomassa para caldeiras domésticas ou industriais.

Existem também outras formas de reaproveitar os resíduos dos lagares. Por exemplo, existem trabalhos em desenvolvimento que visam a valorização da folha da oliveira na alimentação animal. Os resultados obtidos até ao momento indiciam um forte potencial de aplicação em dietas para coelhos e ruminantes.

Estudos indicam que poderão existir outras soluções para melhorar os tratamentos das águas, os resíduos e maior eficiência de produção, recorrendo a fontes de energia solar para produção do azeite.

O sector do azeite sofreu, de facto, uma grande evolução nas últimas décadas e a tecnologia dá hoje resposta para praticamente todos os resíduos, no entanto estas tecnologias e soluções têm ainda um custo elevado.